Reflecção. Libertação. Alucinação. Paixão. Imaginação. Amor. Liberdade. Ódio. Brincadeira. Amizade. Tudo isto, e muito mais, encontrarão no meu Blog...

quinta-feira, junho 30, 2005

Pequenos Nadas...

Fixo aquele pontinho preto lá ao fundo e penso, começo finalmente a pensar e a libertar-me deste excruciante sentimento de nada e vazio. Mas, de repente o pensamento fugiu, já pertence ao passado, não tive tempo para o agarrar e cravar neste “papel”, voltei novamente a ser o nada.

Aquela música começa a tocar (ouvir música ajuda a pensar, ou talvez não), começo a assobiar, vejo as imagens a surgir na minha cabeça, esboço um sorriso. Mas de repente o pensamento volta a fugir e escapulir-se por entre as minhas garras. Não queria voltar a repetir-me, mas voltei a ser o nada.

Estou sentado à apreciar a beleza de ter uma cabeça completamente vazia, cheia de nada. Chego a sentir alguma preocupação ou desconforto mas que depressa se desvanecem, pois estou perdido a ver o gato a brincar com a sua própria cauda, é quase arrebatador, ele anda à roda, ele salta, ele luta, ele consegue apanhar a cauda, não(!) foi quase, foi por uma unha negra. Cabrão do gato ia-me partindo o relógio. Sortudo gato que é feliz por viver no nada.

Voltei novamente a perder-me, nem um cheiro, nem uma imagem, nem um pensamento (só um, mas tenho que fugir dele, nevermind), nem uma recordação… Nada… Sou feliz como o gato? Não sei, não sinto nada, mas gosto de pequenos nadas…

sexta-feira, junho 17, 2005

Estado de Espírito...

Vestígios de nostalgia.
Ou loucuras da ilusão?
Não sei,
Mas é uma frustração.

Penso no impossível
O sonho é doce.
Talvez mesmo inadmissível
Pois é extremamente precoce.

É inevitável o querer.
Um passeio à beira mar
Um desejo
Um Sonho!

Escolher a ilusão?
Escolher a realidade?
Escolho as duas…
Mas voto no coração.

Confesso durante a noite à lua,
O apenas querer sentir o suspirar
Ou ver o teu doce olhar.
Ai, nada melhor que sonhar!

I don't want the world to see me
Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am
Iris

quinta-feira, junho 16, 2005

Confiança Cega

Confiança cega é acreditar sinceramente, quase ingenuamente, numa pessoa que não conhecemos (ou conhecemos pouco); é, e apesar de tal poder ser um contra senso, sentirmos uma serenidade, e total segurança nessa mesma pessoa.
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Muitas são as pessoas que aparecem na nossa vida, mas que passam e vão ainda mais depressa. Todavia, e quase como um fenómeno de exclusividade ou excepcionalidade, ocasionalmente uma dessas pessoas tem algo especial, um olhar expressivo e doce ou uma maneira meiga e diferente de agir, que nos faz sonhar, acreditar e ter total confiança.
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Mais espantoso, ou talvez até não, é a sensação de agrado, satisfação e tranquilidade que nos inunda. Toda esta ideia pode parecer absurda, mas num mundo e quotidiano mergulhado em falsidade, mentira e maldade disfarçada, onde muitos daqueles que nós rodeiam são em quem menos podemos confiar, agradecemos a estas pessoas que aparecem assim acidentalmente caídas do céu na nossa vida, que nos fazem confiar, sentir feliz e mais que tudo sonhar.
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A muitos já deve certamente ter acontecido tal, pode bastar um olhar, um sorriso, uma palavra ou um gesto, e subitamente quando menos se espera sentimos a confiança cega...

Cenários e desabafo...

Gosto de sonhar, tenho prazer em sonhar, mas fico arrasado quando me tentam por os pés no chão, e vejo a nu e cru a dura realidade. Mas, e questiono-me, não será essa realidade impingida por aqueles que me tentam por os pés no chão? Pois, como sabemos, o mundo visto por diferentes olhos é visto de formas diferentes.

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Tenho esta forma peculiar e especial de ver/encarar as coisas, gosto de sonhar “aquele” cenário e senti-lo a montar-se (mesmo que só na minha cabeça), mas pelo menos durante uns momentos acredito, sinto que é possível e tenho o reconforto de ter um objectivo.

quarta-feira, junho 01, 2005

Out of Reach...

Ainda hoje me questiono. Porque razão têm que ser os detalhes, os mais pequeníssimos sublinhe-se, a definirem a nossa vida. Quantas não são as vezes que um passo mais à frente mudou a historia toda, ou uma palavra dita que fez com se tomasse um dado rumo ou ainda uma palavra não dita que fez com que se tomasse ainda outro rumo. É, realmente, um pensamento assustador mas improrrogável, não podemos fugir dele (desse pensamento) mas aceitá-lo (completamente impossível, mas pronto).
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E a aguarela pintou o quadro! Há quem diga que o quadro depois de pintado está pintado e é imutável, permanecendo assim único e inalterável para sempre, guardando a sua originalidade. No fundo, quantos não são os pintores que gostariam de ter dado aquela única pincelada que ficou por dar, ou não ter dado aquela pincelada excessiva.
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Mas, talvez (e isto no campo das hipóteses esperançosas), a virtuosidade de todo este sistema, infalível, criado pelo cosmos é o facto de nunca se poder atingir a perfeição (perfeição é tédio) e andarmos ao sabor de pequenos pormenores com que vamos pintando a nossa tela, desenhando ao sabor da originalidade de cada um.
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Tenho, no entanto, que admitir que ultimamente houve pequenas pinceladas a mais e outras em falta que fizeram alterar de forma excruciante o quadro geral. Mais penoso é quando tudo se desenrola sobre a nossa fronha apática.
Será altura de pintar um novo quadro? Ou voltar atrás, valorizar o velho quadro e tentar dar a pincelada que ficou por dar?
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O “Pintor” acordou e está prestes a entrar num mundo onde realidade se mistura com o imaginário, e o imaginário anda na sombra do fantástico…