Reflecção. Libertação. Alucinação. Paixão. Imaginação. Amor. Liberdade. Ódio. Brincadeira. Amizade. Tudo isto, e muito mais, encontrarão no meu Blog...

quinta-feira, março 01, 2007

Adeus, até um dia!!!

Blog Encerrado.

Sem palavras e sem explicações, apenas resta dizer-me que foi muito positivo a existência deste blog ao longe de quase 4 anos, apesar a forma inconstante como o usava, contudo encerro hoje o dito cujo (e ao encerrá-lo encerro também uma parte de mim).

Saudações.. E obrigado (fica sempre bem agradecer).. E até sempre!

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

De volta..

Hey people, just wanna say you guys that i am back!!
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Nunca mais escrevi no blog, é uma verdadeira vergonha... Enfim, enquanto estive em Erasmus havia muitas mais coisas que fazer do que escrever ( =D ) e desde que voltei as palavras fogem-me e não consigo escrever nada de jeito.
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Portanto, queria só desejar a todos um excelente 2007, dado que ainda não tive a oportunidade.
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Entretanto gostava de deixar aqui uma musica e desejar muita força para todos vos (pró's que precisarem)!!!!
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This song is dedicated to Amsterdam, and to all memories that i can't forget...
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"The Kelly Family - I Can't Help Myself"
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If I would tell you
How much you mean to me
I think you wouldn't understand it
so I wait, I wait
Until this day comes
When you will understand me
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But I can't help myself
I can't stop myself
I am going crazy
And I can't stop myself
I cannot control myself
I am going crazy
'
Chorus:
And I love you
I want you
I wanna talk to you
I wanna be with you
And I love you
And I want you
I wanna talk to you
I wanna be with you
'
I cannot change it
I'm sure not making it
One big hell of a fuss
I cannot turn my back
I've got to face the fact
Life without you is hazy
'
Chorus
'
Kiss me thrill me don't say goodbye
Hold me love me don't say goodbye
Oh oh oh don't say goodbye
'
But I can't help myself
and I can't stop myself
I am going crazy
I cannot turn my back
I've got to face the fact
Life without you is hazy
'
Chorus
'
Oh oh oh
Oh oh oh
Kiss me goodbye

quarta-feira, outubro 11, 2006

A Journey in Amsterdam - Post 2 a)

Olá meus caros companheiros!!
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Por aqui continua tudo óptimo, obviamente com saudades dos amigos, mas tudo muito porreiro!! Ultimamente, não tenho dado tantas noticias como queria, mas é perfeitamente normal, pois entre passear, curtir, estudar, beber, andar de bicicleta e conviver, sobra pouco tempo para a internet.
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Bom, tal como tinha dito, desta vez ia por fotos, e vou mesmo. Vou por algumas, com uma pequeno comentário; logo, podem ter uma ideia das minhas voltinhas por terras alheias. De qualquer modo, assim de muito de interessante ou divertido a contar dos ultimos tempos apenas tenho duas coisas, mas avisa-se já que são duas aventuras completamente tipicas de alguem vazio e pouco interessante, portanto eu : )
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Fui à uma semana atras a Roterdão, foi bue giro mas a cidade não é muito fascinante, é toda bue moderna o que é giro, mas pouco acolhedora. Fui num domingo, passiei durante o dia, jantei la, depois fui pa um bar, seguido de uma disco (onde barladies e barmans estao em bikini ou calçoes), e vim na 2ºf de manha no primeiro comboio. Foi giro passear la, e fazer figura de pobre a beber(mos) vodka no parque à noite.
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Além disso, nesta 6ºfeira passada fui jantar a casa duns italianos, que convidaram malta pa la ir, comer carbonara. Pois é, o jantar nunca mais ficava pronto, e eu comecei a beber martini, a coisa prolongou-se e tal, e dei por mim tinha bebido uma garrafa inteira, felizmente o comer apareceu, mas inevitavelmente já estava completamente on-fire. Entretanto a malta começa a dar-me vinho tinto, enquanto eu falava com umas amigas holandesas. De seguida, começam-me a dar vinho branco, e eu obviamente mais em alta, enquanto andava la todo contente a conviver e a curtir com a malta. Para finalizar o baile, metem-me umas cervejas belgas nas mãos, e pronto armou-se o baile todo. Como podem perceber, fiquei num estado incrivel. Eram 5 da manha, e decido vir pa casa (até porque já tinha praticamente tudo bazado); e vim pa casa, mas vim sozinho e de bicicleta. E resumindo, caí uma vez, ia adormecendo 3s vezes enquanto pedalava e nunca conseguia andar direito. O dia seguinte resumiu-se a 2s ben-u-rons logo de manha e ir pa rua apanhar ar na cabeça =D
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Vamos entao as fotos...

A Journey in Amsterdam - Post 2 b)


Dia 31 de Agosto - Tivemos varias actividades dentro da cidade. Uma dela foi ir andar de barco pelos vários canais da cidade. Aqui está uma foto que achei interessante, uma casa, um barco/casa e um canal. Tem um quê de romance.


Dia 01 de Setembro - Durante os primeiros dias tivemos aquelas visitas guiadas, como vos disse, e aqui fomos comer umas Panquecas; ao que parece é comida tipica holandesa. Ali estava eu muito alegre, à espera da comida, acompanhado de uma Turca, muito simpatica.


Dia 02 de Setembro - Esta foi uma das primeiras festas em que foi quase toda a malta internacional. Foi uma noite porreiraça. Aqui estou acompanhado de uma Filandesa, Portuguesa e Sueca. São, por acaso, as minhas room-mates. Ainda sobre esta party, só acrescentar que foi pautada por ser uma party de jogos americanos de bebida, como o Beer-Pong; algo que vos ensino quando chegar a Tugal ;)


Dia 05 de Setembro - Vieram cá ter comigo dois amigos Portugas, que a grande maioria conhece, o senhor Rui e o senhor Filipe. Tive que postar esta foto porque está brutal. Em primeiro lugar, lá ao fundo estao duas pessoas a comerem-se, um rapaz que tem cá uma pseudo-namorada e uma gaja qualquer. E nos tiramos a foto, naquela de eu ir mostrar as fotos à pseudo-namorada e ela por "coincidencia" ver o namorado com outra. E por ultimo vejam a cara de gozo do Filipe, mesmo cara à cabraozao =DNesta noite, fomos sair a uma coisa que se chama "Ultimate Party", paga-se 10 euros e vamos a bue bares e podemos beber uma imperial em cada um deles, e tinhamos direito a shots, um belo negocio.


Dia 11 de Setembro - Pizza party na casa dos americanos. Aqui estavamos na bela da varanda, a beber umas cervejas, a comer e a conversar. Na foto podem ver dois americanos e uma francesa que nao sabe falar um caralho.Foi uma noite bacana. A foto faz parecer que tavamos num guetho, mas tavamos nas calmas.


Dia 14 de Setembro - Fomos a um denominado Musical Dinner. O conceito é simples e muito louco, comer e ouvir Jazz ao mesmo tempo. O ambiente era bue acolhedor.


Dia 15 de Setembro - Aqui estou eu e uma amiga Vaca. Fomos (estudantes internacionais) passar um fim-de-semana à parte Este da Holanda. Fomos mesmo pró meio do nada, para um local tipicamente Holandes, com bue verde, bue animais, e agua, está claro. Foi muitissimo divertido, tinhamos actividades, como orientaçao no mato à noite (largaram-nos no meio do nada e tivemos que achar o caminho pa casa). E tinhamos party (vejam a seguinte foto).
Dia 16 de Setembro - À noite a curtirmos ca fora, durante o f-d-s. Aqui ainda foi na parte calma da noite :p


Dia 24 de Setembro - Eu e a Ines, uma portuga, durante uma tarde quando fomos descobrir onde os prazerosos rios holandeses nos levavam enquanto andavamos de bicicleta.
Dia 24 de Setembro - Uma foto tipicamente Holandesa. Um rio espetacular, malta a fazer canoagem e umas casas brutais na margem do rio. Um local de sonho para viver.

Dia 28 de Setembro - Na melhor discoteca de amesterdao. O espetacular Escape. Ambiente excelente. É sempre a curtir. Temos é que ir bebidos la pa dentro, porque as bebidas la dentro sao carissimas.

Dia 1 de Outubro - Foi quando fomos a roterdão. Eu e mais 5 amigos. Foi brutal. Esta foto exemplifica claramente a arquitectura Holandesa. Vejam aquela escultura maluca la ao fundo. É giro.

Dia 1 de Setembro - A malta no parque em roterdao a beber. Mesmo à estilo degradante. Erasmus power.

Dia 1 de Setembro - Ainda em Roterdão. Aqui está uma foto de nos (eu e dois americanos porreiros) à entrada de um bar/disco chamado de "Coconuts". Nesta altura estava ligeiramente acelarado :)


E para finalizar, vai uma foto tipicamente holandesa. Está Brutal. Casas, um canal, barcos, bicicletas do lado esquerdo e pessoas.

Até à proxima pessoal, deêm noticias ;)

terça-feira, setembro 19, 2006

A Journey in Amesterdan - Post 1

Viva Pessoal!!!

Antes de mais desculpem por só dar noticias agora, mas a turbulência dos primeiros dias e a ausência de Internet só agora me permitiram faze-lo.

Posso começar por dizer que estou Feliz.

Estou a viver num edifício de 11 andares, 3s deles só com estudantes. Em cada andar somos 10 pessoas. Posso classificar a zona onde vivo como muito calma, assim quase um Restelo da zona; vivo ao lado de um lar de repouso (cómico né?). Vivo a 5 minutos do campus universitário, onde é só estudantes, e portanto só ramboia e festa; o que portanto é bom, porque estou perto da festa e onde vivo posso relaxar.
A universidade fica a 10 minutos de casa, e é assim a modos que grande. E o centro da cidade fica a uns 20 minutos de mim.
Portanto em termos de localização estou bem satisfeito.

O povo holandês é estupidamente simpático e hospitaleiro, acrescentando o facto de que todos falam em inglês. Aqui toda gente anda de bicicleta, é incrível; ter bicicleta é quase como ter telemóvel, reparem que na cidade existem 700.000 pessoas e existem 600.000 bicicletas. Há bicicletas mesmo por todo o lado e às vezes aparecem parques de bicicletas mesmo monstruosos; diria que é engraçado. Aqui a policia à noite não anda a controlar as velocidades dos carros nem nada disso, mas andam a controlar se as bicicletas têm luzes; dá vontade de rir, quando vemos os gajos (policias) escondidos atrás de arbustos.

A experiência internacional é fantástica. Para começar há pessoal (estudantes) de todos os lados, depois estamos todos na mesma situação de estarmos fora do nosso país e abertos a conhecer novas pessoas e novas culturas. Ou seja, a confraternização é fácil e na maioria das vezes muito interessante. Imaginem o que é durante um dia falar com um Espanhol, Francês, Italiano, Holandês, Alemão, Búlgaro, Polaco, Russo, Americano, Canadiano, Etiopiano, Chinês, Japonês, Argentino, etc., e no final absorver o que cada um deles de diferente teve para nos ensinar. Parece giro não?

Eu diria que Amesterdão é uma cidade muito bonita, repleta de canais, o que dá sempre um ar muito romântico às ocasiões. E, depois, o sistema de transportes é muito eficiente e não tem nada que enganar, ou andas de eléctrico (metros à moda do porto) ou andas de bicicleta; e depois a cidade não é muito extensa o que é bom.

Entretanto, o que tenho feito eu afinal enquanto cá estive? A resposta a esta super complexa pergunta será, inevitavelmente, muita festa (a noite aqui é fantástica em todos os sentidos!!!!), muito convívio com toda esta malta que me rodeia (que é efectivamente muita) e andar a conhecer a cidade.

Para o próximo post explicarei mais detalhadamente este ultimo paragrafo, porque já fui a muitos sítios e gostava de partilhar, ainda que muito resumidamente.

Ainda sobre o povo holandês. Sabiam que quando se cumprimentam eles dão sempre 3s beijos? Eheh. Fica aqui, ainda, a curiosidade de que as mulheres holandesas são as mais lindas do mundo (desculpem amigas!!!); mas é efectivamente uma coisa realmente anormal, porque são todas estonteantes. Eu acho que existe uma correlação entre isso, e o toda a gente aqui andar de bicicleta desde muito cedo; teorias minhas.

Para os fãs de David Lynch, e para vos comprovar que vivo no centro do mundo, ele veio ca dar uma conferenciazona sobre meditação transcendental. É uma mente brilhante aquele senhor!!

Mais novidades só pró próximo post…

Abraços e beijinhos.
PS: Sousa, advinha o número do meu quarto!!
PS2: Ah, e também já estudei um caditozinho =)

sábado, julho 08, 2006

Relatos de uma noite: Encontros e Desencontros...

São duas da manha, já começo a sentir no meu corpo o avançar da noite; a ajudar está o calor infernal de uma noite de verão. Estou em frente ao computador a relaxar e a conversar, mas bem no fundo não consigo livrar-me da ideia de esta ser uma noite perdida, típica de um dia (neste caso, noite) de férias em que o mais comum sentimento é não sabermos o que fazer ao imenso tempo.

Deixo-me levar pela leve brisa de calor que entra sorrateiramente no meu quarto, o tempo passa, mas contínuo a “vegetar”, esperando pelo momento em que sinta um ligeiro sinal a sono para, enfim, por termo a esta noite. São neste momento três da manhã.

O tempo voa que nem um “pardal”, e são agora três e cinco da manha. Relembro-me, nostalgicamente, da minha infância, quando cinco minutos pareciam uma hora; tal e qual como esta noite, cinco minutos a parecerem mais que uma hora, ou quase uma eternidade.

Ajo por impulso e fecho abruptamente o computador. Lembrei-me daqueles dias, naquele sítio, com aquela pessoa e aqueles carinhos e sorrisos. Por momentos sonho um bocadinho acordado, imagino o encontro que nunca houve, sorrio sozinho, e sinto nesse pequeno instante, em que a cabeça me atraiçoa, que a noite está tudo menos perdida.

Entra uma melga no quarto a fazer “zum-zum” aos meus ouvidos, abano repentinamente a cabeça da esquerda para a direita, e volto de repente ao calor abrasador do meu quarto. São três e trinta da manhã. Passei quase vinte e cinco minutos a sonhar, a cabeça pregou-me uma rasteira e eu caí, sinto-me estúpido por ter caído na velha rasteira que todos conhecemos. Mas durante esses vinte e cinco minutos, não senti a noite como perdida, nem senti o tempo passar; fico feliz por isso. Andei de volta de desencontros e encontros que pulavam na minha cabeça.

Continuo ainda sentado em frente ao computador, já desligado faz algum tempo. Estou com a cabeça apoiada no meu braço, que está em cima da secretária. Tenho um pequeno diálogo comigo próprio (uns chamam monólogo, mas é mesmo um diálogo), e confronto comigo mesmo os meus últimos dias, troco ideias e pontos de vista diferentes. Penso na noite de hoje e no dia de amanha. Penso que aquilo que realmente me apetecia era serem seis da manha e ir ter com um amigo e tomar um pequeno-almoço a uma padaria qualquer, esperando pelo lento nascer do sol; e ficar, entretanto, a conversar com as padeiras, ouvir as cusquices fresquinhas e contar-lhes algum episódio idiota (que me tenha acontecido a mim ou ao meu amigo) para nos rirmos todos. Penso novamente no dia de amanha, e no que posso fazer para ocupar o tempo. Acabo a pensar novamente naqueles dias, passados naquele sítio, com aquela pessoa; recordações ainda tão frescas. Mas agora a recordação foi mais viva, recordei-me das inocentes carícias no pescoço e no cabelo, naquilo que foi um misto de encontro e desencontro, que souberam a…

De repente levanto-me bruscamente, e sacudo novamente para longe os pensamentos. De volta ao meu quarto, sinto nas costas um calor que me faz suspirar, e no entretanto são já quase quatro da manha. Aproveito o estar de pé para ir procurar a minha gata e dar-lhe uma valente ronda de festas, e ficar ali a ouvir o seu melódico ronronar. Procuro-a, mas curiosamente não a encontro, só podemos estar desencontrados, porque dentro de casa ela está. Oiço um guizo que a denúncia, e encontro-a a apanhar fresquinho na varanda, agacho-me, entro numa maratona de festas e fico assim a ouvir o seu ronronar. Tive naquele momento um flashback, que se foi embora mais rápido do que apareceu. Preferi “ficar” ali naquele instante, naquela varanda, ao fresquinho, a fazer festinhas à gata.

A noite vai avançada, são quatro e vinte da manha, e estou de volta ao meu quarto. Sinto-me estranhamente bem, venho com o corpo frio, de estar na varanda, para dentro do quarto quente. Sinto-me quase como um semi-frio de chocolate; e estou agora, curiosamente, com essa imagem na cabeça. Entretanto, sono nem vê-lo, devemos andar desencontrados.

Deitei-me na cama de barriga pró ar, destapado. E de repente comecei a rever a tabuada; acontece que notei que sei na língua a tabuada até aos cinco, mas daí em diante estou enferrujado. Vou na tabuada dos oito, “e oito vezes cinco é quarenta, nas calmas, (pauso 1 segundo para recuperar o fôlego) e oito vezes seis é, mais oito, quarenta e oito”, reparei que curiosamente são quatro e quarenta e oito da manha; achei engraçado, acho muita piada a estas pequenas coincidências ou, se preferirem, encontros.

Ao reparar nas horas, intuitiva e automaticamente, veio-me à cabeça a imagem de um relógio. Mas não um relógio qualquer, era um relógio em particular, no que fora uma ocasião particular, era um gentil relógio prateado de linhas femininas, com o sol a fazer-lhe reflexo. Pensei uma vez, pensei duas vezes, à segunda sorri, lembrei-me de onde vinha a memória. E como diz o Malato “Fui muito feliz naquele lugar”, naquele momento sorri porque fui muito feliz naquele instante, de onde vinha a memória. O relógio fazia parte – uma ínfima parte – de uma memória, um encontro (doce e inocente).

Pimbaaaaa!! Irrompo o silêncio do meu quarto com uma mão espalmada na parede. Pobre criatura foi de encontro à minha mão, e matei uma melga; que julgo ser a que mais cedo me fizera o perturbante zumbido nos ouvidos. Era sensivelmente quatro e cinquenta da manha, e fui obviamente à casa de banho lavar as mãos. Por esta altura já não sentia o calor abrasador do início da noite. Sentia sim, e curiosamente, a ideia do semi-frio de chocolate ainda a remoer-me na cabeça; aquela imagem ainda cá andava e estava agora mais presente, por aquilo que julgo ser a “larica” de um serão longo. Fui à cozinha, na esperança de encontrar algo apelativo para comer, abri a dispensa e caí na esperada decepção de não me sentir atraído por nada do que vi. Fui na esperança ao frigorífico, a história repetiu-se, e vim num misto de decepção esperada, por não encontrar nada do meu apetite.

Eram quase cinco da manhã, e este misto de decepção esperada agastou-me ligeiramente, e senti-me cansado (mas ainda sem sono). Desta feita sentei-me na cama, e imaginei como seria espectacular fazer algo diferente desta noite, aproveitá-la; e não sentir o sentimento a noite perdida. Apetecia-me cada vez mais pegar nas chaves do carro do meu pai, e ir às suas escondidas procurar um semi-frio de chocolate a qualquer lado. Passado um segundo, caí em mim e apercebi-me que a estas horas não havia disso; quanto muito havia um hambúrguer bem recheado duma roulotte, o que também me servia.

São cinco e dez da manhã, estive no entretanto a brincar uma bola vermelha que tenho no meu quarto e que me ajuda a pensar. Estou a dar toques leves na bola, e decido repentinamente que vou realmente pegar nas chaves e ir à roulotte mais próxima comer um hambúrguer, com uma imperial e meter conversa com alguém. Ao decidir-me repentinamente, dou um toque mais bruto na bola e faço algum barulho. Ironicamente, acordo o meu pai que se levanta para ir à casa de banho. Encontramo-nos, e todos os meus planos desvanecem.

Senti-me um pouco triste. Tive que atrofiar o sentimento a aventura, que me começava a fazer crescer água na boca e fazer sentir que a noite ainda tinha algo diferente e divertido para me dar. Olhei pró relógio e eram cinco e vinte da manhã, sem compreender bem porquê, esbocei um ligeiro sorriso. E pensei que talvez devesse ir dormir um bocadinho.

Encosto-me à almofada, completamente destapado. Quase de repente começa a tocar na minha cabeça, uma velha música. Era Whitney Houston dentro da minha cabeça, e estava a ouvir I Have Nothing, por momentos até pensei que era a personagem principal do filme Bodyguard. Julgo que comecei a sonhar e encontrara o sono…

Sonhei ser o Kevin Costner e ter chegado a tempo de levar com a bala final, tornando-me herói e amado da WH. Sonhei com todos os encontros e desencontros da minha noite. Sonhei ouvir o meu pai ressonar, eu a ir buscar as chaves do carro e a aparecer dentro duma padaria com um amigo, e rir-nos com as padeiras. Sonhei ver o nascer do sol e voltar satisfeito a casa. Sonhei estar numa roulotte a comer um semi-frio de chocolate, sonhei perguntar ao indivíduo do meu lado quanto eram oito vezes seis e ouvir a resposta “Não sei, mas aquele gato à bocado disse-me que conseguia fazer o quatro”. Estava completamente espantado era a minha gata, fui a correr atrás dela; apanhei-a; repreendia-a; e fiz-lhe uma festinha. Nesse momento, sou encandeado pelo reflexo do sol. Tentei perceber de onde vinha esse reflexo, mas não era fácil, franzi um pouco os olhos, e o reflexo vinha dum elegante relógio com linhas femininas. Tentei ver melhor, vi aquele cabelo indistinguível, e não aguentei, sorri como um louco…

quarta-feira, março 22, 2006

A Exposição...

A exposição gera fragilidade. A exposição está ao olhar dos outros, ao olhar do todo. A exposição é como um jogo de xadrez onde o inimigo sabe a nossa jogada. A exposição destrói. A exposição corrói. A exposição acima de tudo tira o efeito surpresa. A exposição cria um ambiente defensivo.
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A exposição está aí, e todos sabem. É impossível escondermo-nos da exposição.
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A exposição tem de ser feita no momento certo. O momento certo não existe. A exposição tem de ser feita no momento que não existe.
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São muitos os artistas que vivem sem exposição. São muitos os que vivem com a exposição. E há Outros que naquele momento precisam da exposição.
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Inventa o momento que não existe. Expõe-te. E pede um desejo…

segunda-feira, março 06, 2006

The moment...

I can feel it in the air…
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Usualmente estou embrenhado na monotonia e rotina dos meus desgastantes dias. Esta monotonia é muitas vezes quebrada por um problema que surge, ou melhor ainda por alguma chatice. Mas (e há sempre um mas) há dias em que algo diferente acontece, um cafezinho que se tomou, uma palavra que se ouviu, um riso contagiante de algum amigo, …
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Por vezes, assim mesmo muito raramente, algo especial acontece. São momentos em estou distraído, abstraído ou, quiçá, desprevenido, e é nessas alturas em que aparece um sorriso parvo e estúpido que não nos larga. Normalmente, esta sensação não demora muito tempo, mas enquanto dura é brutal. Arriscava-me a dizer que nessas alturas o tempo se torna quase intemporal, sente-se uma alegria, um calor, um carinho inexplicável.
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Por serem momentos tão brutais, são igualmente raros, mesmo raríssimos.
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Eu vivo para estes momentos. Momentos como este que me fazem sentir vivo, e sentir a barriga a tremer. Ás vezes basta um olhar ou um sorriso, e talvez por estarmos desprevenidos (não sei), fica-se assim com um sorriso, mesmo que secreto, estampado na cara, e a partir daí fica-se em puro deleite de prazer com tudo.
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Usualmente esta sensação demora pouco tempo. Mas depois vem a “ressaca” que também é bom…
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Hoje estou de “ressaca”!!
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I can feel it coming in the air…