O Copo de Água

Hoje enquanto caminhava sozinho, notei algo que até é comum, a minha mente estava num lugar bem distante e longínquo daquele onde estava o meu corpo.

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E apercebi-me que o Corpo e Mente são como um Copo de Água. O corpo é como o copo, apenas serve para conter a água, com a particularidade de dar forma a esta. A mente, por sua vez, é como a água; no sentido em que, é o vital e mais importante na questão, é o que enche o copo, é o que mata a sede e nos satisfaz.

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O que eu quero dizer com isto é que o corpo (copo) apenas serve para transportar a mente (água). Eu com a mente posso viajar por onde quiser, realizar tudo o que me apetecer e acreditar que tudo foi realidade; naturalmente que depois temos os momentos de regressão e voltamos à realidade [não será então o corpo (copo) uma limitação à mente (água)?], mas o importante a notar é que durante aqueles momentos eu vivi como se fossem reais, acreditei mesmo no que estava a acontecer.

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Ora se a água pode muito bem subsistir sem o copo, porque não poderá a mente/espírito subsistir sem o meu corpo? Entraria então num estado igual aquele que hoje vivi durante o meu passeio (enquanto a minha mente vagueava por ai), estado esse que parecia perfeitamente real e estar acontecer. De facto, a velha máxima “Penso logo existe” aplica-se somente ao estado espiritual e não ao estado físico. Não queria exagerar e dizer que o corpo não me serve para nada, no entanto se acreditar-mos um pouco nisto a morte deixa de ser aquele monstro para ser apenas uma libertação do espírito para se conhecer novas fronteiras, fronteiras que eram impossíveis de conhecer por estarmos delimitados pelo nosso corpo.

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Não se esqueçam que o que faz andar o barco não é a vela mas sim o vento que sopra na vela.